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Papa Francisco diz que ser homossexual “não é crime, mas é um pecado”

Papa Francisco diz que ser homossexual “não é crime, mas é um pecado”

Numa entrevista cedida recentemente à agência de notícias Associated Press, Papa Francisco reconheceu que os bispos católicos em algumas partes do mundo apoiam as leis que criminalizam a homossexualidade ou discriminam a comunidade LGBTQ (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero) e admitiu que se refere à questão em termos de “pecado”.

Ao longo da entrevista, o líder da Igreja Católica defendeu ainda que esses bispos, em particular, precisam de passar por um processo de mudança para reconhecer a dignidade de todos, e deveriam agir com “ternura” como Deus tem para cada um.

Ao falar das leis que criminalizam abertamente a homossexualidade, Papa Francisco declarou serem ‘injustas’ e que a Igreja Católica pode e deve trabalhar para lhes pôr fim, e defende que os homossexuais devem ser acolhidos e respeitados, e não devem ser marginalizados ou discriminados.

“Somos todos filhos de Deus, e Deus ama-nos como somos e pela força que cada um de nós luta pela nossa dignidade”, disse.

Papa Francisco, disse ainda que tinha de haver uma distinção entre um crime e um pecado no que diz respeito à homossexualidade.

“Ser homossexual não é um crime”, afirmou. “Não é um crime. Sim, mas é um pecado. Muito bem, mas primeiro vamos distinguir entre um pecado e um crime”, explicou e acrescentou: “É também um pecado faltar com a caridade ao próximo”, disse.

Com a famosa declaração de 2013, “Quem sou eu para julgar?”, quando lhe perguntaram sobre um suposto padre homossexual. Como arcebispo de Buenos Aires, apoiou a concessão de proteção legal a casais do mesmo sexo, uma alternativa à defesa do casamento homossexual, que a doutrina católica proíbe.

Francisco foi criticado pela comunidade católica LGBTQ, após um decreto de 2021 do gabinete de doutrina do Vaticano, segundo o qual a igreja não pode abençoar uniões homossexuais “porque Deus não pode abençoar o pecado”.

A doutrina católica defende que enquanto os homossexuais devem ser tratados com respeito, os actos homossexuais são fruto de uma perturbação. Francisco não mudou essa doutrina, mas fez da aproximação à comunidade LGBTQ uma marca do papado.

Cerca de 67 países ou jurisdições em todo o mundo criminalizam a actividade sexual consensual entre pessoas do mesmo sexo, 11 dos quais podem ou impõem a pena de morte.


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